Apegar
É isto. Apêgo. Um apêgo especial que tenho pelas pessoas, que faz com que fique preocupado, triste a alegre de acordo com os seus humores, vontades e caminhos. Temos todos. Sentimos as pessoas. Os amigos.
Mesmo que às vezes aquele orgulho se perca por coisas que não estamos à espera que aconteçam, mesmo que às vezes aquela conversa que pode resolver tantos problemas não aconteça e que a valorização não seja um ponto forte, mesmo que às vezes a sinceridade e a partilha se escondam algures e sejamos os últimos a saber disto ou daquilo, mesmo que a desilusão apareça, ou que a música soe mais alta que as nossas vozes... mesmo que o mundo dê voltas e voltas, esse apêgo pelos amigos nunca vai desaparecer.
E é tão bonito o apêgo. Aquela coisa que nos aperta o coração de vez em quando, quando sentimos os outros. Aquela coisa a que muito pouca gente consegue dar valor, porque quase ninguem entende. Aquela coisa que todos temos mas sobre a qual nunca falamos.
Por isso não falo por mim, falo por todos. Por todos os amigos, que o são e por todas as pessoas que "sentem os outros". Trata-se, no fundo, disto. De sentir os outros.
Às vezes devíamos pensar mais nisto. Parar um bocadinho e tentar entender. Depois abrir os olhos e perceber que é isto. No fim valorizar. e aí o orgulho perdidio voltava como volta sempre, as conversas tinham-se sem sequer pedir, a partilha e a sinceridade aconteciam...
È este apêgo que nos agarra. A todos.
Verweile doch, du bist so schon.