Parar
Paro. Às vezes. Sim, eu também paro. Paro para pensar que devia parar mais vezes. Paro. Penso no que senti, no que vivi, no que fiz e no que deixei por fazer. Paro. Penso nos momentos que passei contigo e com todos, nas gargalhadas, nos abraços, nos carinhos, nos beijos que trocámos e partilhámos, tantas e tantas vezes. Paro. Penso no que vi, no que senti e no que ouvi. Paro. E revejo as conversas e os desabafos que se soltaram em tempos. Paro. Pego no telefone ou no telemóvel para acatar esta saudade e a solidão que às vezes me inundam o espírito. Paro. Paro e penso. Paro e oiço o palpitar do meu coração. Paro e sinto às lágrimas a cair. Paro e olho para a minha vida. Tão melhor ou pior que ela é. Tão bela ou feia que possa ser. Mas é esta. E essa não pode parar de forma nenhuma.
De resto... Paro, fico, inundo-me nos meus pensamentos e mergulho nas vozes que ecoam dentro da minha cabeça....
Depois... o silêncio.
Param. Também eles, os pensamentos. Ainda bem.
Devia parar mais vezes. Parar. Sentir apenas o ar a entrar e a sair do organismo e o natural bater do coração.
Paro e descanso. Nem que seja por uns momentos apenas.