Varrer um mundo sujo
De hipocrisias
De canções e de infortúnios
Levados sempre ao extremo,
Um mundo insepiente
Amargo
Estranho
Com medo
Que eu sinto do desejo, da loucura
Do amor, da felicidade
Da força,
Que eu sempre tive
Porque não agoa?
Sempre fui forte
Soube lutar
Contra verdades patrocinadas e licitas
Contra malabaristas mentirosos
Ah o mundo! Este grande mundo
Que acaba
Um dia
Em que não haja sol, luz
Coração,
Um dia vazio
Desde sempre
Cara alegre, feliz
A mostrar tudo de falso, tudo o que não acontece
A derrubar os monstros não presentes
E os pilares caem por terra, começam a ir
E a força
A força de acreditar que sou capaz
Porque já não acredito no mundo impessoado
No mundo inerte
No mundo ignóbil e cretino!
A vida? A vida não é mais que isto
Uma bolinha pequenina
Que cai depressa
Tão depressa
Nas mãos dos outros
Desde sempre
Um farrapo, um niguém
De todos, de cada um
A guardar, sempre
Explodir depois
Suportes desaparecem
Como nuvem de fumo
Aqueles que não podiam
Não deviam
Ah! Os sonhos, os sonhos
Belos
Só assim
Só eles.
E esta luta Infundada pela mentira
Pelo cinismo
Pela falsidade
Pelo fingimento
Não existe
Não é nada
É uma bolha
Que rebenta
BUM!
Raiva, sede, lágrimas
Cair por terra
Desarmado porque este mundo o permitu!
Porque sim! Porque sim!
Porque há dias vazios
Dias em que não há citações ou frases que os descrevam
Dias em que fazemos tudo certo e achamos sempre que falhámos
Mesmo esses dias.Todos esses dias
Dias em que o dia apenas...
Termina.
Varrido.
"os locuos estão certos, é preciso ouvi-los, foram avisados, não nos querem mal"