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Verbos

A vida em verbos... (em especial a minha) Se estão à procura de coisas sobre o significado dos verbos mesmo e assim...este não é bem o sitio certo, mas pode ajudar. Para conjugações e coisas do género, é melhor irem aqui www.priberam.pt :)

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A vida em verbos... (em especial a minha) Se estão à procura de coisas sobre o significado dos verbos mesmo e assim...este não é bem o sitio certo, mas pode ajudar. Para conjugações e coisas do género, é melhor irem aqui www.priberam.pt :)

Balancear

30.12.13, Fábio

Chega a esta altura e toda a gente faz uma descrição ou uma lista de melhores e piores coisas que marcaram o ano que agora termina. Menos o meu tio Adelino. O meu tio Adelino não faz. E eu já lhe disse para ir acabar a quarta classe. Mas ele não quer. Então não faz... Mas de resto é tudo a fazer balanços. E eu, como me auto-incluo em "toda a gente" (quem não concordar com a minha auto-inclusão manifeste-se. mas só alguém que também faça parte de "toda a gente".), não podia ficar atrás. Cá está o meu balanço de 2013, sobre o país e o mundo:

 Em 2013 o mundo tirou uma semana para procurar carne de cavalo nos supermercados e para dançar o Harlem Shake. Nós, por cá, achámos que isso era para meninos então adicionámos o Grândola Vila Morena à playlist. O Zeca Afonso deu várias voltas no caixão. Presumo. Na senda das "voltas", o Senhor Armstrong - e não, não o que chegou à lua (esse morreu este ano também) - afinal punha aditivos na água para parecer o Fitipaldi de bicicleta....

Em 2013 estivemos acordados a noite toda pare ter sorte. E para ouvir a porra da música de Daft Punk o verão inteiro. Se fechássemos o olho um bocadinho, aparecia o Avicii com o Wake Me Up.

Em 2013 a Érica Fontes ganhou um prémio - o que prova que até a ser comidos somos bons - e os maquinistas da CP continuaram as greves. Estes dois assuntos não estão relacionados mas podem dar um bom nome para filme pornográfico, tipo "Comboio parado ainda apita" ou assim...

Em 2013 quizémos privatizar o país todo. Eu continuo a achar que mais valia fechar isto para obras, ou vender às parcelas, aos chineses. A parte que ardeu este verão vendíamos em Saldos. A outra parte, que foi fustigada pelo mau tempo em Fevereiro, com desconto.

Entretanto o Papa Francisco é um fixe - e já foi porteiro de uma discoteca e tudo -  e o Schumaker bateu com o trombil numa rocha a fazer sky e está em coma. Nada mau para um gajo que andou a 300 Km/h dentro de um Fórmula 1 durante 15 anos. Estou a falar do Schumaker. Espero. Porra, pelo menos o Paul Walker espetou-se com mais categoria. Mas este já não está entre nós.

Quem também nos deixou foi o Nelson Mandela. É a prova de que os heróis também morrem e que o Morgan Freeman devia pensar em fazer uma plástica. Deve ter a cara colada em 500 paredes ainda com "RIP Mandela" por cima.

Ora...portanto... está tudo não é? Ah! Espera...

O Blatter e a Pepsi Sueca gozaram com o Ronaldo, o governo quis limitar os animais de estimação por apartamento, o Manuel Maria Carrilho foi ao trombil da Bárbara Guimarães, a Milley Cirus... bom... passemos à frente, 6 jovens foram arrastados por uma onda no Meco "por causa das praxes" dizem os jornalistas....

Exacto. E depois? Depois os jornalistas passaram a ganza e ao fim do bocado voltou tudo ao normal. Menos a Milley. Essa não.

Chegamos à conlusão que os estupefacientes estão muito baratos e acessíveis a todos, quer neste país, quer no mundo. Acho que é isto. Ah! Falta-me perguntar uma coisa: chegaram a dar a mala à Pêpa?

 

Pronto.

Feliz Ano Novo.

Beijinhos no sitio onde a etiqueta da roupa faz comichão.

 

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01.12.13, Fábio

Querido Pai Natal,

Estamos em 2013. É dia 1 de Dezembro. E eu estou a escrever-te. Lembras-te da última vez que te escrevi? Nem eu. Não me lembro da ultima vez que te escrevi, mas lembro-me da festa que tu representas. A maior do mundo. Lembro-me de ser pequenino e ficar montes de tempo em frente à árvore de Natal a olhar para as luzinhas, quase a gozar com o meu astigmatismo. Lembro-me de montar a árvore com o meu pai, de fazer uma pomposa inauguração da decoração natalícia para a minha mãe ver, lembro-me de pôr os presentes lá debaixo, arrumadinhos - não sem antes os chocalhar a todos - e de pôr sempre uma carta para ti lá para o meio dos ramos. Todos os anos estava à espera de ver o "mundo encantado dos brinquedos" na televisão, de cantar junto com o passaroco amarelo gigante. Todos os anos ia àquela loja do R ao contrário - sempre me fez enorme confusão esta letra do avesso - ver e mexer naquelas magnificas maquinetas que andavam, brilhavam e faziam barulho! Acordava sempre às 7 da manhã para ver as tuas aventuras na televisão. Estavas em todo o lado! Na rua, nos centros comerciais.... nunca gostei muito de me sentar ao teu colo e tirar fotografias, mas gostava de olhar. De ver a árvore de Natal gigante que estava sempre atrás de ti... Era Natal! Natal era sinónimo disso tudo. Disso, do frio, do cheiro a lareira e do fumo das castanhas nas ruas, das luzinhas a brilhar em todos os cantos da cidade, do cheiro característico das luzes e da árvore de natal...! E o circo?! Ia sempre ao circo! Adorava aquilo tudo, principalmente os palhaços. Tinha de comprar sempre uma lanterninha daquelas cheias de fios de nylon.

O dia 24 era o dia mais importante do ano para mim. O dia em que culminava esta magia toda. O dia em que se abriam os presentes. Em que estava toda a gente junta a comer coisas doces. O dia em que havia sonhos. Dos doces e dos outros. Acordava cedo para te ver na tv, para ligar as luzinhas da árvore de natal e para esperar por ti o resto do dia. Mas a espera era dolorosa. Tantos presentes debaixo da árvore e eu tinha de esperar pela meia noite? Nem pensar. "Vou abrir o mais pequeno e molinho, posso?" perguntava eu sempre ao meu pai ou à minha mãe antes da hora do jantar. E abria. Normalmente eram meias. Ou cuecas. Ou um chocolate, quando era mais rijo. Entretanto chegava toda a gente, se o Natal fosse cá em casa. Se não lá íamos nós rumo a essa consoada. À meia-noite (ou uns minutos antes se os meus avós estivessem com sono) tu aparecias - ou mandavas sempre alguém representar-te, e bem - para distribuir os presentes. Confesso que até eu me fiz passar por ti já varias vezes e tão bem - modéstia à parte - que o meu primo acreditou que as tuas renas estavam estacionadas na varanda....

Entretanto cresci. Mas não é por isso que deixo de me fazer passar por ti, de adorar as luzes e o cheiro do Natal, de gostar do circo, dos desenhos animados e dos filmes de Natal. Não é por ter crescido que deixo de gostar de entrar na ToysRus, de ouvir a música da Leopoldina, de comer os doces e os pratos que se fazem por esta altura.... Não é por ter crescido que deixo de acreditar em ti, Pai Natal. Mas há gente que não me ajuda. E este ano não sinto grande espírito. Sinto que, aos bocadinhos, me vão tirando grande parte da magia do Natal. A música da Leopoldina já não se ouve, as juntas e as câmaras municipais estão mais interessadas em gastar dinheiro a pagar deslocações, almoços e jantares aos vereadores, do que a pintarem um bocadinho a cidade nesta altura, as televisões preferem programas com gente doida e aos berros, as miúdas vão para escola em cuecas de ganga (as que vão. E as que vão vestidas. E as que não engravidaram aos 13).... É por isto que te escrevo, Pai Natal. Para te pedir uma coisa, simples: não deixes a magia do Natal morrer. Não desapareças. Precisamos de ti. O mundo precisa de um Pai Natal. Ou de muitos. Esta é a maior festa do mundo. Mesmo que haja fome, doenças, desigualdade...mesmo que todas as pessoas não o possam festejar de igual maneira, mesmo que para muitos o Natal seja noutra altura....não deixes morrer a magia! As pessoas precisam de ser felizes, precisam de magia, precisam de acreditar, nem que seja só por um ou dois dias no ano. Mas não te esqueças que pode haver quem sinta mais a tua falta. Ajuda-os, Pai Natal. E ajuda-nos, a todos, a manter aquela que é a maior festa do mundo. Agora vou montar a minha árvore. Espero que esta carta te chegue, Pai Natal. Vou publica-lá no meu blog porque acredito que agora já tenhas acesso à internet.

Obrigado!

Cumprimentos,

Fábio.