Natalar
Era tão giro quando eu pedia sempre às oito da noite para abrir o presente mais pequenino que estava debaixo da árvore. Escolhia sempre um que não parecesse roupa. E à meia noite alguém se vestia de Pai Natal e distribuia os presentes pela familia que se entretinha a conversar, a comer doces e o caldo verde. Era cá em casa, e a árvore de Natal era minuscula. Ficava tanto tempo a olhar para ela e para as poucas luzinhas que piscavam. Adorava os enfeites das ruas e as àrvores de natal gigantes, cheirava-me sempre a Natal. Adorava enfeitar a casa. Adorava ouvir e cantar a música da Leopoldina. Via todos os anos o Sozinho em casa e ria-me sempre muito.
Achava tudo tão mágico e divertido.
Agora a criança já não sou eu. A música da Leopoldina e os enfeites de Natal das ruas começam sempre a aparecer em Outubro. Não sinto o cheiro do Natal. É tudo tão artificial.
Nunca mais foi cá em casa.