Capacitar
Olá. Hoje fui, relamente, eu. Senti-me noutra vida, capaz para dizer tudo sobre tudo. E chorei. Chorei como uma criança a quem tiram o melhor brinquedo. Chorei por coisas do passado que eu achava que já eram isso mesmo: passado. Chorei porque me senti suspenso durante um instante, senti um aperto no coração e uma bola de fogo dentro do estomago. E não tenho vergonha de o dizer, nem tenho vergonha de o mostrar. Chorar é bonito. Eu gosto, faz-me bem, apesar de só fazer quando as coisas estão mesmo, mesmo mal.
Pensei que já tinha ultrapassado tudo, e continuo a achar que sim. E tenho a certeza. Ou não tenho? Tenho. Mas custa-me, custa-me tanto. E teria de haver um dia em que o saco fizesse PUM. Fez hoje. Mas com uma violência tal, que me deixou triste, sem folêgo e de rastos. Sennti-me um inutil, acabado, e achei que os outros são capazes e eu não. Porquê? Não tem de ser assim. Não posso voltar a pensar. Não faz sentido. Eu não posso estar preso. Tenho de me libertar. é tudo muito fácil de dizer. É sempre. E as lágrimas correm. Continuam a correr e vão continuar por muito tempo, porque apesar de não estar, naquela altura, no meu perfeito esatdo, lembro-me de tudo o que dissse, ouvi e observei. De cada gota que caiu do meu rosto e do que ela contava. Da história.
Sei que eles me percebem. Todos e tão bem. Eu sei. Obrigado amigos.
Um dia disseram-me em relação a qualquer coisa: "Tu és capaz, és sempre." Sou.
Era a minha festa de anos.